Ao ler artigo na Revista Sociedade Militar citando o caso do Cabo FN Aladarque, falecido em 1997, o suboficial Bonifácio teve a atenção voltada para questões como as poucas menções ao militar e ao incidente ocorrido na África e a situação dos familiares depois do falecimento do pai e marido.
Sendo um militar concursado, o cabo em uma carreira normal teria alcançado a graduação de suboficial. Mas, morto em serviço foi promovido a terceiro-sargento e a partir daí sua esposa e filhas passaram a sobreviver com esse salário pelo resto da vida.
O incidente ocorrido em Angola frustrou todo um planejamento de vida, na medida em que as crianças fossem crescendo o poder aquisitivo do militar iria aumentar por conta das promoções depois de períodos determinados. Mas, com a morte tudo foi interrompido e a família foi condenada a permanecer definitivamente com o salário de 3º sargento.
Bonifácio observa que há uma série de questões e direitos que precisam ser melhorados, a falta de representação causou uma perda de garantias que nos deixou bem longe do que hoje alcança os outros membros da segurança pública. O suboficial acredita que esse tipo de coisa tem que ser revista.
“ Talvez a pensionista devesse ter as promoções garantidas de acordo com os interstícios das carreiras, talvez as Forças Armadas devessem arcar com o custo dos estudos das crianças. Esse tipo de coisa tem que ser revista. Hoje você vê um político passar 4 anos e garantir um salário para o resto da vida, como ocorre com os presidentes. Porque a família de um herói, morto em combate, tem que passar dificuldades após a sua morte? Do jeito que está não pode mais ficar… tem que ter um upgrade nessa situação”, (Suboficial Bonifácio).
“Atualmente tramita na Câmara dos Deputados uma proposta de seguro de vida em alto valor para membros da segurança pública. Detalhe, quem paga as parcelas é o governo. Nós das Forças Armadas continuamos a arcar com o custo dos seguros e nenhum projeto em nosso favor aparece naquela casa! …
… Os parlamentares ligados às Forças Armadas tem que chamar os Comandantes e o Ministro da Defesa para conversar sobre isso o mais rápido possível. Pois na medida em que somos mais requisitados para operações GLO, ONU e outras, corremos maior risco de morte.” Diz o militar, que já está na reserva e atualmente é pré-candidato a deputado federal.
Equipe do Suboficial Bonifácio
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